terça-feira, 14 de julho de 2009

Em sete anos: ta tudo errado, certo?


Existem relacionamentos, e relacionamentos, eu já tive vários, alguns memoráveis. O que faz exatamente um relacionamento durar? Desconsidere fórmulas mágicas. Isso não vale se você não for uma Helena de uma novela das oito do Manoel Carlos. Perfeição só existe do script da globo, voltemos ao mundo real. Conheço um, e faço parte dele, longe da perfeição. Alias perfeição seria o antônimo dele. Definiria mais como: sete anos de puro desastre. Quebrete, vadia, pirigueti, piranha, vaca, são alguns de muitos dos carinhos que a trato. Pura grosseria? Traduz-se: intimidade. Coisas que sete anos nos deram. Sete anos é muito tempo, dá pra fazer um livro. Certo, mas a gente pode de tirar aquela parte que a gente dançava em um grupo chamado bonde das menininhas e tinha passos do tchakabun (eu sei lá como escreve isso, que vergonha!). E tudo bem se a gente fizer um capítulo só de quantas vezes a gente marcou de ir à praia e no domingo choveu.(precisaria de dois). Acho que não vou poder colocar sobre aquela vez que eu encontrei ela ficando com um garoto num banco ao lado do meu em uma praça que eu também estava fazendo a mesma coisa que ela. Mas tudo bem se a gente pular algumas historias obscuras do nosso passado? Homens errados, lugares errados, viagens erradas. Mas tudo bem se tiver um capitulo das risadas certas que os homens, os lugares e viagens nos causaram. Risadas, gargalhadas, crises delas. Vou ter que colocar meio capítulo dizendo todas as vezes que ela dormiu na minha casa e me fez dormir no chão. E um capítulo inteiro dizendo que eu tenho uma amiga que faz o macarrão com carne moída mais gostoso do mundo. Mas se eu tiver que contar as idiotices que nos falamos se estivermos alcoolizadas vou precisar de um livro a parte. Eu tenho uma amiga, chamada priscilla mantuano, e aquilo ali já virou relacionamento, um caso. Senhorita mantuano é caso de pesquisa, senhorita mantuano é caso de polícia. Existem relacionamentos, e relacionamentos, eu já tive vários, alguns memoráveis. O que faz exatamente um relacionamento durar? Desconsidere fórmulas mágicas. Priscilla mantuano me ensinou que amizade não precisa de script. Não precisa ligar todo dia, não precisa se ver todo dia. Não precisa de saudade semanal. Ela não fala muito dela, e depois de sete anos não precisa mais. Se ela chegar e me xingar, já sei que ta tudo certo. E sempre esteve tudo certo, nenhuma briga? E dá pra brigar com a mulher do bozo? Essa idiota me faz rir a cada 5 minutos. Alias essa é quantidade de minutos que precisa para o humor dela oscilar. Irritada, consegue ser irritante até 6 horas da manhã em minas gerais. E um doce, as 3 horas da manha bêbada em qualquer outro lugar.. É um orgulho, alguns dos meus. As vezes dá medo, sabe como é a vida, as pessoas se separam, outros rumos, outras pessoas, relacionamentos acabam por mais memoráveis de sejam. “Mas ai meu telefone toca as 2 horas da tarde de uma segunda-feira sem sal e eu escuto do outro lado da linha: fala vaca, pode falar? Ta trabalhando não né, você nunca ta fazendo nada ai mesmo, to com saudade, tenho um babadão pra te contar.”

Daí o medo passa e eu sei, tá tudo certo, tudo certo....

sábado, 11 de julho de 2009

O amor é uma doença ...

Eu não sei guardar coisas. Se eu compro chocolates, como todos no mesmo dia. Se eu compro balas, chicletes, devoro todos em minutos, compulsivamente. Detesto saber que algo me espera, quero acabar logo com aquilo.
Não sei lidar com a responsabilidade da felicidade. A felicidade guardada na bolsa ou na vida. Eu tenho um homem lindo me esperando essa hora, e eu quero com todas as células do meu corpo ir ao encontro dele. Mas eu não sei lidar com tanta felicidade, por isso estou planejando a morte dele.
Estou planejando matá-lo com minha estupidez, quero que ele morra fulminado pelas minhas armas de boicote. Quero que ele perceba o quanto sou chata, ciumenta, louca e doente. E que ele enjoe logo da minha cara abatida de intensidade. Que ele pegue logo bode do meu cansaço em viver tanto, porque vivo muito mesmo quando estou deitada olhando para um ponto fixo.
É tão cansativo ser eu mesma com todos os meus medos e neuroses, e quero que ele sinta o fardo do meu peso. Morra e me liberte dessa alegria incontrolável. Passe desta para uma melhor, porque eu sou um lixo.
Eu lembro daquele conto da Clarice em que a garotinha ruiva guardava os contos para ler depois, porque queria prolongar o mistério da felicidade. Pois eu quero mais é botar fogo em todos os contos de felicidade que a vida escreve para mim, porque por alguma razão maluca a felicidade me escraviza, me paralisa, me faz ficar triste. Eu olho para você e tenho tanta, mas tanta alegria em saber que você existe, que sinto ódio. Ódio de eu não mais esperar por você.
O sentido da minha vida era encontrar você. O motivo para eu seguir adiante nos corredores escuros e bater em portas obscuras, era a sua busca. Agora que você está sentado numa sala clara e óbvia, não preciso mais me enfiar em buracos. Mas os buracos eram a única trilha que eu conhecia.
Você me soltou na atmosfera e eu estou voando. E eu sinto saudades do buraco, da espera, da angústia. Eu sinto falta de olhar triste para o espelho e me sentir metade. Agora que eu tenho você, nem perco mais meu tempo olhando para o espelho, porque só tenho olhos para você. Você me roubou de mim mesma. E eu sou tão ciumenta que estou com ciumes de mim. Você me tirou da minha vida incompleta. E me transformou numa completa idiota. O amor é uma doença. Eu sinto náuseas, febres, dores musculares. Eu acordo assustada no meio da noite. Eu choro à toa.
Eu estava do lado da sujeira, eu era a outra, eu estava por dentro do crime. Você me fez sentir um mundo limpo, verdadeiro e eterno. E esse mundo é tão novo pra mim, que eu te odeio. Que eu estou pequena nele, e preciso de você o tempo todo para me abraçar e dizer que está tudo bem. E quando você não está por perto, eu caio. Porque não sei nada desse mundo de alegrias e coisas bonitas. Você não me deu saída. Você transformou todas as vozes que me davam escapatórias para outros corredores, em sons sem lábia. Minhas saídas perderam as escadas escuras e charmosas, porque você lavou meu chão de imundícies com amaciante Fofo.
Se eu tentar fugir, escorrego no perfume da minha nova vida. A nova vida que não sei viver. A nova vida que quero viver ao seu lado. Ao lado do homem que eu odeio porque nunca amei tanto.
Ao lado da felicidade que eu odeio porque se ela acabar, não sei mais se consigo voltar pra casa. E nem se quero.
Era eu, entende? Era eu que me atracava com o lado errado da vida para estar sempre certa. Era eu a resposta para todas as perguntas que ninguém tem coragem de perguntar. Sim, o mundo é imperfeito, as pessoas traem, o amor não existe, seu marido me come, seu namorado me come, o mundo quer me comer enquanto você borda seu laço cor-de-rosa.
Agora eu estou aqui, inconformada com o seu passado, querendo matar suas lembranças. Com ciumes do seu silêncio porque ele está com você há mais tempo do que eu e eu tenho medo do quanto ele te consome, com ciumes do seu sono porque ele te leva do meu foco.
Com raiva da sua importância porque ela me congela, com raiva do tempo que não dura para sempre quando você me olha sabendo das minhas loucuras e ainda assim me amando. Agora eu estou aqui, querendo que todos os amores do mundo durem para sempre, e que nenês nasçam, e que árvores cresçam e que garoras vagabundas não nos invejem e que os desejos das nossas sombras não nos traia.
Agora eu estou aqui, de quatro, de lingua no chão, te odiando muito, virando a cara, socando você, cuspindo em você, te tratando mal, tudo isso porque não sei lidar com o mundo girando na minha barriga, a tontura do amor, o enjôo do vício em você, a dor do músculo quando me separo. Pode parecer maluco, mas todas as minhas súplicas para que você desista de mim, é um jeito maluco de pedir que você não desista nunca, pelo amor de Deus.

[por tati BERNARDI]

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Sobre o que aconteceu, e o que pode acontecer ...

Eu tenho tanta coisa pra te contar, que se eu começasse a falar você certamente me interromperia e me lembraria mais uma vez como eu falo demais, e faria aquela cara de impaciente e começaria a rir de nervoso pra tentar me fazer parar, e eu não pararia porque eu sempre amei tanto sua risada de nervosismo e todas as suas risadas, porque eu achava que seus risos eram um baita motivo pra me fazer sentir que eu era boa em alguma coisa. Eu tenho tanta coisa pra te contar, que se eu começasse ficaríamos igual naquele dia no carro, 2 horas conversando sem nem notar o tempo passar, mas agora e eu não sei se eu tenho mais duas horas do seu tempo, então eu vou preferir não interromper seus afazeres que eu não sei mais quais são, porque você não me liga mais pra dizer o que você fez no dia, nem pergunta mais como foi o meu, nem manda mais mensagem pra desejar que ele seja bom, e ele nunca é bom, porque dia sem sua voz, ainda é dia perdido pra mim.
Eu tenho tanta coisa pra te contar, e eu posso contar pra qualquer pessoa, mas pra elas não faria sentido nenhum, só pra gente. Na segunda eu passei na frente do seu curso a noite, e não sei exatamente por qual motivo, porque eu não saberia o que falar se você me visse, acho que era só saudade, só pra saber se você ainda estava lá... e depois descobri que voce foi na academia e nem deve saber direito o porque, queria te contar que hoje eu voltei procurando você pelos lados, achando que você estaria lá pra falar comigo como naquele dia, ou só me olhar pra saber se eu ainda estaria lá. Queria te contar que to me entupindo de conhecimento, já li um livros em dois dias, e comprei mais um, aprendi um monte de coisa, sobre outra culturas, outro país, e que hoje me deu fome, fome de verdade, e eu fiquei tão entusiasmada que fui no shopping e comi um pratão de arroz e feijão, fiquei orgulhosa de mim, achei que você ficaria também, descobri um cantor novo que achei bem legal, o nome dele é Bruno Miguel, e ninguém conhece, mas eu gosto mesmo é do que ninguém conhece, e se você escutasse alguma musica dele, você ia se impressionar parece que tudo que ele canta, ele canta pra gente, queria te contar que a Tati Bernardi continua escrevendo a vida dela como se tivesse escrevendo a minha, e que eu já conheço todos os textos delas, mas re-li todos de novo, e tem um que queria que você lesse, acho que você ia entender o que eu to sentindo. Queria te contar que quarta fui no habib’s sozinha, e pedi uma esfirra de queijo, e eu nem gostava muito dela, mas o cheiro dela lembrava tanto você que achei que valeria a pena. Eu tenho meio vergonha de contar isso, mas é que desde segunda eu vou ao shopping, entro na loja de perfume e peço pra sentir o cheiro do malbec como se eu quisesse comprar, e eu já tenho uma coleção daqueles papeizinhos com frangancia do boticário e todos já saíram o cheiro, e como eu queria sentir aquele cheiro novamente, sem papelzinho. Queria te contar vi uma blusa daquelas caríssimas que você usa tão bonita. O menino me perguntou se eu não ia levar nada pro meu namorado, ele se lembrava de você lá, eu também. Queria te contar que eu to impressionada como existe palio prateado e Fox branco nesse mundo, e toda vez que eu vejo um meu coração da quase um pulo achando que é você, ai quando eu olho pra dentro do carro, meu coração desacelera, nunca é você. Hoje eu cheguei em casa, e depois que tomei banho fui pedir colo pra uma amiga, aquela que um dia voce disse que não queria me ver andando com ela, e ela disse que gosta de voce sem nem conhecer, porque voce me fazia feliz, e ele me levou pra tomar açaí. lembra que você sempre me perguntava se eu queria e sempre dizia que não, sei lá, até deu uma vontade, e eu fique lá maior tempão esperando, quem sabe não dava vontade em você também. Você não apareceu, e só comi o açaí pela metade. Queria te contar que eu to com medo de você passar por mim na rua e meus dois graus e meio de miopia não me deixar te enxergar. Queria te contar que eu finalmente concordo com você sobre aquela historia de amizade, é meio difícil mesmo achar uma pessoa que a gente possa contar pra tudo, e to ficando meio auto-sustentável que nem você, estranho eu que sempre precisei tanto dos outros. Ah essa não precisava eu te contar, mas vou.. parei de ler seus recados, e eu ia no seu orkut todo dia pra ler seus recados, e ver os comentários das suas fotos, parei, resolvi me amar só um pouquinho, e evitar mais sofrimento. E um dia eu ainda quero te contar que tomei a decisão do século, parei com essa historia de não gostar tanto de mim, é que me falaram que se eu não gostar, você também não vai. E lembrei que certamente você não se apaixonou por uma menina que não se dava valor. E que não ia me aceitar desvalorizada agora. E que eu acho que me humilhei um pouco quando eu disse que você acharia alguém melhor que eu facilmente. Como se eu admitisse que eu não fosse nada. Como assim? Se você me amava, se você dizia que eu era mais que uma namorada pra você, e se você ainda disse que era uma pessoa muito boa, então alguma coisa eu tinha que ser. Olha... eu não quero ser arrogante não, mas ontem decidi a voltar a gostar de mim, e botei alguma coisa na minha cabeça. Você pode sim arrumar alguém com menos defeitos, mas talvez não encontre alguém que esteja disposta a mudar por dedicação, tipo... menos orgulho e mais entrega. E pode muito bem arrumar alguém com menos problema, mas essa pessoa vai achar que viver é fácil, e não vai pedir sua ajuda pra seguir em frente, e vai ser um desperdício, porque você não sabe como voce é bom ajudando as pessoas. E ai você talvez ache uma pessoa menos insegura, e essa pessoa nunca vai precisar do teu colo, e que precise ouvir você dizer que ama pra ficar tudo mais calmo, e eu via você tão confortavelmente me dando colo. Ta eu sei, é muito simples achar alguém mais fácil de se conviver do que eu, mas eu acho que nosso sentimento só aumentou, porque a gente se dedicou, a saber, lidar com as diferenças do outro, e se você não tiver diferença pra enfrentar em outra pessoa, perde a graça. e você pode viver na superfície como as outras pessoas sempre vivem, e mesmo que elas errem menos, e te façam chorar menos, um dia elas vão errar, todo mundo erra. Mas acho que elas não vão se dedicar ao seu perdão, nem fazer disso sua meta, as pessoas sempre desistem do difícil, e eu sempre desistia também, mas inconscientemente, você me ensinou que a gente não pode desistir antes de tentar. E te digo gostando mais de mim, que seria um erro a gente desistir sem tentar de novo o que você julga que não daria certo. Você estava certo quando me disse que eu não acharia alguém melhor que você, e eu concordei e disse que você poderia encontrar alguém melhor em qualquer esquina. Mas hoje vou dar minha cara a tapa, me permitir mudar de opinião como sempre me permiti e reconhecer o meu valor, eu fiz bem a você, mais do que fiz mal, isso ninguém pode me tirar, e eu to abandonando todas as minhas inseguranças pra te falar dessa vez sem medo, mesmo que você ou o mundo inteiro não concorde, vou sustentar sozinha meu amor-próprio, desculpe a franqueza, mas acho que você não vai arrumar alguém que mesmo com muitos defeitos tenha a vontade maior que si mesma de querer acertar.

Não é mais segredo ...




Enquanto o observo dirigindo Eu olho pra ele e sorrio, sempre sem motivo e ele, me pergunta: “Que foi? Ta rindo de que?”. Ainda e falo a mentira mais sincera da minha vida. “Não é nada!”. Fique atento! Minhas maiores declarações de amor são feitas de sorrisos Nessas horas meus segredos quase querem se revelar. Mas eu não posso te contar, é muito pouco tempo pra você achar assim que eu sou tão sua, e eu sou, eu sei, você é que não pode saber meu bem, desculpe, mas ainda não posso te falar que eu amo, como seu sorriso fica mais bonito com aparelho ortodôntico, e como você sabe o ritmo certo do meu beijo que sabe quando tem que ser devagarzinho, e quando alternar pra mão na nunca e a puxada de cabelo, ah mil desculpas, mas eu nunca vou lhe dizer que não há nada que eu mais ame na vida, que a sua mão no meu cabelo. Me perdoa se eu nunca te contar como eu fico orgulhosa de andar com você na rua, com todas aquelas vinte mil garotas querendo me matar, e eu querendo viver mais vinte mil anos só pra continuar andando de mão dada com você fazendo inveja a elas. Desculpa, isso é segredo. Eu não quero que você ache que já me ganhou, embora eu já saiba da sua vitória, quero sentir a adrenalina de quem ainda esta na partida. Por isso vai ser praticamente impossível você ouvir da minha boca que segunda-feira foi declarado o pior dia do ano, porque é o dia mais longe de sábado quando a gente finalmente em meio as vinte mil responsabilidades consegue se ver. E eu me sentir louca se eu te contasse tanta coisa.E eu já me sinto tão louca, então vou fingir que eu sou normal e nunca vou te falar, que a coisa mais linda do mundo foi saber que você voltou sozinho de uma viagem que você tinha feito com seus pais, um dia antes só pra me ver. Eu sei que não estava tão bom assim lá, e considerei a hipótese de você ter voltado com medo que eu saísse sozinha porque você não tava aqui. Mas você voltou, e era sábado, ah.. sábado é nosso dia sagrado. Você merece ouvir isso, eu sei, mas me entender amor, eu não posso. Como eu vou explicar que eu ando na rua esperando você aparecer, e nem cogito a idéia de confessar que eu so vejo palio prata na minha cidade, e olho pra dentro de todos eles procurando você. Isso é idéia de gente maluca, para, são coisas que eu não posso te falar. Não ate você descobri que eu sou sua. Que esse jogo já ta ganho faz tempo, mas quem saiu ganhando mesmo fui eu, e quer premio maior que os ferrinhos da sua boca rindo pra mim? E ainda ta ele dentro do carro me perguntando de que eu to rindo sem motivo, eu continuo minha mentira suave e balanço a cabeça querendo responder que não é nada. Como sempre ele pergunta: “você é maluca?” Se ele me acha maluca, sem eu abrir a boca, tadinho! Se soubesse tudo que eu estava pensando me amarrava numa camisa de força. Olho pra frente, e cantarolo a musica que toca no radio, continuo, dessa vez disfarçadamente, adivinhem... Sorrindo, sempre sorrindo!


Escrito em 11 de junho de 2009.

Eu sou normal, nunca disse que era igual ...



Tenho 30 motivos pra me considerar igual a todo mundo,
Tenho 300 que me fazer diferenciar deles.
Sou civilizada, dentro dos padrões, sei tudo, ou pelo menos metade do que a sociedade me impõe, a saber, já me ensinaram a ler, escrever, já sei de cór o numero do meu CPF e meu RG. Beiro a normalidade, mas insisto na diferença, peço desculpa a moda e aos estilistas de paris, mas eu não vou usar uma sandália de plástico só porque todo mundo usa, nem comprar roupas de determinadas cores só porque essa é a cor que a estação condiz. Sigo a cartilha, me valorizo, gosto de mim, mas não me culpo por preferir outras companhias, preciso de gente, de outros pensamentos, de bons conselhos e ate aceito ouvir os ruins. Eu não me basto, e acho que tem que ser bastante corajosa pra admitir pro mundo ser assim. Já mudei tanto de opinião, sobre amizade, relacionamentos, religião. Se eu sou contraditória? Defeito por defeito, eu prefiro ficar com a indecisão, a arrogância dos que não se permitem mudar, eu experimentos novos caminhos, e eles, pobres coitados previsíveis, sempre na mesma direção. Eu até gosto daquela musica lá, mas se ela virar hit nacional já me perdeu a graça. E eu adoro essa cor, mas ai disseram na televisão que era a cor do verão, e ta todo mundo com o mesmo tom. Eu aceno, graças a deus a minha individualidade é menos cega do que eu e me ver chamar. Tiro minha cor predileta, e paro de escutar aquela musica que eu adorava, e fico triste um tempinho por terem tirado meu prazer de ser sozinha. Mas daqui a pouco descubro outra musica, outro ritmo, outro tom, outro escrito, daqueles que ninguém conhece. Daí viro de novo a estranhinha meio passada que gosta do que mesmo? Eles não sabem o que é. E me sinto exclusivamente minha de novo, sozinha, e nunca, indo sempre pela mesma direção, libertador...

Tudo tem dois lados, e eu quero os dois ...




Eu quero conhecimento, quero meu reconhecimento.
Eu quero falar outras línguas, conhecer outras culturas, outros países, quero conhecer o Brasil.
Eu quero meu cabelo liso, quero meu cabelo cheio de cachinhos.
Eu quero minha bunda grande, quero minha inteligência maior ainda.
Eu quero ler bons livros, eu quero escrever um livro.
Eu quero musica bonita pra pensar nele, quero musica sem sentido pra
dançar com ele.
Eu quero meus amigos mais perto, quero me alegrar das alegrias deles, eu quero ter alguém pra se alegrar por mim.
Eu quero paz, eu quero guerra se precisar fazer guerra, quero uma revolução.
Eu quero dois sábados por semana, eu quero que sumam com as segundas-feiras.
Eu quero sorrir, eu quero fazer alguém sorrir,
Eu quero praia, marca de biquíni, e quero chuva, cobertor, meu namorado.
Eu quero meu namorado sorrindo nos seus dias de carinho, eu quero meu namorado nos seus dias de crises de ciúme.
Eu quero independência, e quero muito mais o colo da minha mãe.
Eu quero dinheiro, roupa bonita, perfume caro.
Eu quero o que o dinheiro não pode comprar.

Eu quero tudo o que se tem pra querer
E que pro que parece impossível, eu quero fé.
E que pro que parece distante, eu quero força de vontade pra fazer por merecer.





Escrito 30 de maio de 2009.

A gente nunca esquece ...


Eu não lembro mais do ponto de partida, lembro que foi bom, perfeito, e que cheguei lá com meus méritos, como aprender a andar de bicicleta, devagarzinho eu cheguei lá e dei minhas primeiras pedaladas, quando parecia já ter pegado a prática, caí, e dessa vez não foi ninguém que me empurrou, me joguei no chão, sozinha. E mesmo depois de tanto tempo, não dizem quem a gente nunca desaprender a andar? Então porque eu não lembro mais como começar de novo. Uma preguiça de começar do zero. Lembra-se da insegurança, e que a gente passa um tempo sem nem olhar pra bicicleta com medo de uma queda. Quando se resolve subir, não se entrega subitamente, o medo ainda está lá, e a gente dá duas pedaladas e depois volta os pés no chão, era exatamente assim que fazia, eu podia ate aceitar meio envolvimento com alguém, mas não pedalava por muito tempo, nem muito rápido pra ter a certeza que poderia parar a qualquer instante, sem cair é claro. E nunca pedalava inteiramente, e nunca sentia a sensação do vento no rosto, o prazer dos que se entregam sem medo de cair. Mas uma hora alguém vai te ensinar, não adianta o medo, a insegurança, ou a retranca, quando você menos espera aparece alguém que te leve pra passear e você não tem outra escolha a não ser se entregar. Não há medo que domine um amor. O amor é que atropela sempre o medo. Sim, nos sabemos da possibilidade da queda, pra cair só precisa estar de pé. Mas daí é melhor ficar sempre no chão? Respondo por mim, que não. E aproveito pra responder a todas as perguntas que ainda estão esperando minhas respostas. Sim, eu passei uma vida inteira com medo de me entregar, até que um dia, ele apareceu. E quem me desarmou chegou também pela primeira vez sem armaduras em um relacionamento, tinha tudo pra ser como era antes, você me faria gostar de você, e me trairia um dia pra que você não gostasse, e eu ficar na superficialidade de todos os relacionamentos, três encontros era nosso prazo. Mas um dia algo mágico aconteceu. Nós tiramos os pés do chão juntos, e a sensação foi tão libertadora, que passamos cinco meses seguros de nunca cair. Mas caímos, e o primeiro empurrão foi dado por mim. Um desequilíbrio, uma insegurança, você no chão, e eu tentando cuidar dos machucados, em vão. Você não aceitou minha mão de apoio, e fez questão de me lembrar que você era forte o suficiente pra levantar sozinho e levantou. No chão hoje, só eu, e o peso da responsabilidade da nossa queda. E é claro que um dia eu preciso levantar. Aprender de novo, dizem que quando a gente anda de bicicleta uma vez, nunca se esquece. Então vou conversar com Deus e rezar baixinho pra que ele não deixe você esquecer que eu também fui a primeira a te ensinar a pedalar sem botar o pé no chão, e se você lembrar, quem sabe minha preguiça passe e eu me entusiasme de novo a começar do zero, começar com você. Tudo pra sentir o vento no rosto outra vez.

terça-feira, 7 de julho de 2009

me calo, e ela fala por mim ...


"Eu sei, eu sei, o eterno clichê “isso passa”. Passa sim e, quando passar, algo muito mais triste vai acontecer: eu não vou mais te amar.É triste saber que um dia vou ver você passar e não sentir cada milímetro do meu corpo arder e enjoar. É triste saber que um dia vou ouvir sua voz ou olhar seu rosto e o resto do mundo não vai desaparecer. O fim do amor é ainda mais triste do que o nosso fim. Meu amor está cansado, surrado, ele quer me deixar para renascer depois, lindo e puro, em outro canto, mas eu não quero outro canto, eu quero insistir no nosso canto. Eu me agarro à beiradinha do meu amor, eu imploro pra que ele fique, ainda que doa mais do que cabe em mim, eu imploro pra que pelo menos esse amor que eu sinto por você não me deixe, pelo menos ele, ainda que insuportável, não desista."
[Bernardi. Tati]