quarta-feira, 27 de maio de 2009

Jogo aberto ...


Eu tinha escrito aquela carta sem grandes pretensões, a não ser de parabenizar, ele leu na minha frente como eu pedi, pude perceber algumas reações, vi um sorriso, uma atenção comovedora quanto ao que estava lendo, ouvi uma gargalhada de leve na parte em que eu escrevia minha bobeiras, no final tive outra reação, meio sem querer, quase querendo esconder, ele terminou, me abraçou, senti uma gota nas minhas costas durante o ato de agradecimento, não disse nada, nem precisava, ele chorou com o que eu escrevi pra ele. Já havia escritos cartas para outras pessoas antes, e todas agradeceram, mostraram entusiasmo, disseram sobre eu ser boa com palavras, mas nunca, nenhuma, chorou com o que eu tinha escrito. Todas as indecisões e respostas de uma mente mutável de dezoito anos foram respondidas como um sinal: a partir de uma lágrima, eu descobri que eu tinha um dom, todo mundo acha que tem um, eu faço parte da grande maioria. Meu jeito sempre calado, e os pensamentos gritando dentro da minha cabeça já insinuavam alguma coisa, mas eu precisei ver alguém chorando com algo que eu tinha escrito pra absorver uma certeza: eu estou aqui para emocionar as pessoas. Cada um usa as suas armas, as minhas são as palavras, e preciso lhe falar: você não sabe o poder que ela tem. Leio livros, um atrás do outro, conheço novos escritores, sou fã de cronistas, e me apaixono pelo o que eles escrevem, tanto que faço outras pessoas se apaixonarem também. Quando conheci Tatiane Bernardi deu vontade de lhe apresentar ao mundo inteiro e de fato hoje quase todo meu círculo de amizade já leu muito dos textos delas recomendados por mim, porque quem lê o que ela escreve, sabe que é um absurdo, o mundo não lhe conhecer a sinceridade desconsertante de Tati Bernardi . Ela e tantos outros me emocionam, me comovem, e sim, me fazem chorar. Imagina provocar tanto alguém a ponto dela expressar com um dos gestos mais sinceros a emoção em ver alguma coisa criada por você? Essa deve ser a recompensa. Lição aprendida, mas ainda devo agradecer as minhas fontes de inspiração: Tatiane Bernardi, Brena Braz, Luiz F. Veríssimo, Caio F. Abreu, Pedro Bial, Fernanda Young, Martha Madeiros, Oscar Wilde. Meu sincero e dedicado muito obrigada! Para a sorte dos que se emocionam com o que vocês nos passam espero que a inspiração continue. Para minha sorte, chegou a minha vez de criar, e se um dia eu chegar a comover alguém, mais alguma lágrima ou gargalhada com a minha inspiração eu provocar, já vou-me sentir lisonjeada, feliz por finalmente ter aprendido a arte de emocionar.



CELY PEREIRA criou um blog pra gritar pro mundo inteiro o que ninguém nunca iria saber, resolver solar o verbo, se soltar, e esquecer o que os outros julgam errado ou certo, por isso nomeou o mesmo de jogo-aberto.

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