quinta-feira, 28 de maio de 2009

Custa dar bom dia?


por Priscilla Mantuano

Esse povo que entrega papel na rua é engraçado. Não desejam bom dia, boa tarde nem boa noite e ainda acha que nós somos obrigados a pegar um papel. Duvido que ele saiba o que está no papel que te obriga a pegar. O negócio está tão feio, que um cara que estava do meu lado direito, fez com que eu pegasse o papel com a mão esquerda, pra você ver como eles te obrigam a pegar. Mais um pouco só vão deixar você caminhar pela rua se pegar o maldito papel. Ou ainda falarão: pega logo esta merda! Conversando com uma amiga minha, ela disse que se fosse um cara dando chocolate, que todo mundo pegaria sem se preocupar com o bom dia. Óbvio! Quem hein sã consciência não pegaria? Mas não é chocolate, é apenas um papel. Quando têm uma menina com um short os homens que passam e dão bom dia, como se elas fossem o chocolate. Saco ter que desviar deles em plena Rio Branco às 14h. E pior que se você passar 523 vezes, 523 vezes eles vão te dar o papel. Será que não percebem que você já passou algumas vezes por ali? Eu só pego o papel da mão de quem me trata com educação. Faz bem desejar um bom dia. Tudo bem que não deve ser nada agradável ficar o dia todo entregando papel, mas custa? Já que está merda mesmo! Uma vez, da Rio Branco até a Pres. Vargas, na correria, peguei uns 653 papéis. Quase que eu fiquei parada entregando papel também, tantos na minha mão. Notei que quem dá bom dia para alguém, esse alguém acaba pegando o papel, deve ser por educação! Têm outros que esperam você pegar o papel para desejar um bom dia, devem pensar: Só vou dar bom dia para quem pegar o papel. Como se fosse uma questão de brinde e não educação. “Quem quer um bom dia? Eu dou um papel hein, última chance.” Enfim... Um dia eles aprendem a dar bom dia ou acho melhor eu começar a desejar bom.




PRISCILLA MANTUANO tem dezenove anos, é uma futura advogada que tem certo atrativo para entregadores de papel e homens complicados, mas sobre eles melhor falar em outra ocasião.

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