quarta-feira, 27 de maio de 2009

Você admiria tudo que ama? Eu só amor, se eu admirar ...


Tarde da noite, estávamos como eu gosto: colados, nos colamos um no outro desde o primeiro dia, você me esquentou, desde então, não sei mais te explicar como é a sensação do frio. Meio com sono, mas acordada o suficiente pra escutar uma pergunta: “Que horas vamos embora?”. A resposta veio sem grandes intenções, ainda sonolenta, respondi: “não sei, daqui a pouco, quando cansar de olhar pra mim, você avisa e a gente vai!”. Escutei, meio sem acreditar, mas escutei: “Então, vamos morar aqui!”. Saiu tão leve e chegou tão forte em mim feito um soco, confesso: sangraria pra escutar coisas como essa todos os dias. Eu esbocei uma reação de: “ah! Que fofo.” Depois escutei mais uma das suas perversões sexuais, mas é assim que a gente gosta, a gente consegue ser o casal mais fofo do mundo, sem perder uma piada maliciosa. Meu coração explodiu, e eu dei uma gargalhada, era aniversário dele, e eu fui a presenteada, as palavras pra mim sempre significaram mais que qualquer objeto ou roupa cara. Foi a coisa mais bonita que já tinha escutado de um homem, e ainda hoje ninguém chegou por perto. A frase me fez ter a certeza do porque eu estava ali, e porque eu ainda não fui embora. Se todos passam na sua vida com propósito, o dele foi certamente me fazer lembrar que ainda se pode confiar. Se for um erro, não vou lamentar ainda não ter aprendido, em vez de arrastar por ai o peso da desconfiança e do pé atrás, coloco meus pés à frente, caminhando, ao lado de quem esta comigo, levando junto a minha escolha em poder confiar e meu sorriso, bem mais leve, e muito mais fácil de carregar. Todos os meus casos, rolos, pseudo-relacionamentos ou relacionamentos de verdade, um dia, sem notar me falaram algo que me fizeram ter a certeza do porque eu estava ali, ou a certeza do porque eu iria embora.
Amei, e ainda hoje amo tudo aquilo que eu admiro a partir da decepção meus sentimentos, mudam quase involuntariamente. Perguntam-me: “Não é possível! Como você conseguiu esquecer ele tão rápido?”. A resposta é simples, e vem pronta: “como eu vou amar, alguém a quem eu abomino as atitudes, repuguino os sentimentos e não vejo mais um ato de admiração?”. Não quero e não preciso dar meus sentimentos benéficos a quem bem não me faz mais. Me envolvo com as pessoas pelo bem que elas me fazem, logo depois descubro o bem que eu posso as fazer.

CELY PEREIRA tem dezoito anos e alguns meses de vida, namora a quatro deles com um homem digno de sua admiração.

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